O luxo do lento: porque o feito à mão é um ato de resistência?

Fazer crochê é, antes de tudo, um exercício de presença. É sobre colocar intenção em cada ponto, imaginar a mulher que vai carregar aquela peça, e pensar: como posso deixar isso ainda mais especial?

 

Antes de começar, eu não fazia ideia de quanto tempo uma peça levava. Medir, testar fios, combinar texturas, escolher aviamentos. Cada parte do processo importa. Crochê não é só produção , é criação. É por isso que ele merece ser valorizado como toda forma de arte.

 

E quando digo que é algo exclusivo, é de verdade. Já tive cliente que pediu uma bolsa na cor exata do sapato que usaria num evento especial. Foi ali que uma ficha caiu: o handmade encanta porque é pensado pra você, e só pra você.

 

Quem me ensinou tudo isso foi minha mãe, ela me mostrou o valor de fazer algo com as próprias mãos. Mas quem me deu coragem pra transformar isso em negócio foi meu marido. Ele decidiu mergulhar comigo de cabeça nesse sonho. Hoje, somos sócios, e ele é o coração do marketing da Liló. Dividir isso com ele torna tudo ainda mais especial.

 

Devagar se cria

Se tem uma coisa que o crochê me ensinou, é que o tempo é parte do valor. E, na moda, isso faz toda a diferença.

No crochê, o avesso de uma peça é aquela parte que, normalmente, ninguém vê, mas que revela tudo o que foi feito com cuidado, ponto por ponto, inclusive os desafios, os nós, os ajustes.

 

A valorização do invisível, do tempo que não é corrido, mas vivido com propósito.

Tem dias em que me pego pensando no quanto a moda pode ir além da estética. Aqui na Liló, ela tem sido sobre isso: sobre sentir. Sobre fazer parte da história de alguém de um jeito único e delicado.

 

Elevar a autoestima de outras mulheres tem significado muito pra mim. Ver uma cliente sorrindo ao receber sua bag, perceber que ela se sente bonita, confiante, única… isso me lembra por que começamos tudo isso. Mais do que uma peça, é sobre como ela faz você se sentir quando usa.

É sobre carregar algo que tem alma, tempo e intenção.

 O crochê me ensina diariamente a respeitar o processo, e isso, por si só, já é uma grande lição de vida. Quantas vezes precisei desfazer pontos? Muitas. Mas aprendi que refazer é também parte do criar. Que paciência, amor e identidade são fios que se entrelaçam em cada bag da Liló. A gente faz e refaz até encontrar aquilo que nos representa de verdade.

Moda com propósito é isso: não é tendência por tendência. É criar com verdade. É olhar para cada peça como um capítulo da nossa história. Porque aqui, cada ponto tem um porquê.

Cada ponto tem um porquê

A beleza do único em tempos de cópia

Já percebeu como o artesanal vem ganhando cada vez mais espaço? Em meio a um mundo que gira rápido, onde tudo parece padronizado e feito em massa, o que é único se torna valioso. Cada bag que criamos aqui na Liló carrega não só fios e cores, mas intenções, escolhas e histórias.

Tem peça que nasce de uma inspiração espontânea, outras vêm da troca com uma cliente. E tudo isso importa. Porque cada detalhe , do tipo de ponto ao acabamento final , é pensado com cuidado, e não repetido em uma esteira de fábrica.

O artesanal tem se destacado porque entrega mais do que um produto: entrega presença. Você sabe que aquela peça foi feita pra você ,não existe outra igual. Isso é luxo. Isso é identidade.

E quando a gente fala que cada ponto tem um porquê, é porque tem mesmo: um porquê emocional, estético, funcional. Cada bag da Liló nasce com alma, tempo e intenção. E isso, na moda, faz toda a diferença.